matéria:
A Mídia nos anos de chumbo
O palestrante Lélis Fabiano dos Santos , relatou um pouco da historia de 1968, há 40 anos atrás. Lélis era recém formado em Direito e já era jornalista profissional do Jornal do Brasil é foi demitido depois do golpe , trabalhava no Jornal Correio da manhã típico jornal Folha de São Paulo , onde fazia as primeiras oposições do regime e depois Lélis seguiu para a França .
No momento da palestra Lélis faz uma amostra de uma série de fotos do movimento de maio 68 nas ruas de Cartier Latam , em Paris , França .
Há sete anos Lélis era jornalista em Belo Horizonte , depois de abandonar o seminário no Rio de Janeiro , onde permanecerá por mais de 10 anos , havia menos de dois anos que ele tinha concluído o curso de direito pela Universidade Federal de Minas Gerias. Como estudante Lélis participava dos protestos da ditadura militar da capital mineira e como repórter do Correio da Manhã cobria esses e outros protestos.
Quando em Paris Lélis havia apenas seis meses que estava matriculado no Instituto de Imprensa , quando o seu primeiro filho acabara de nascer , ali perto no hotel Die em abril. Agora era maio de 68 e eu estava no meio do furacão com uma bolsa do governo Francês no valor de 750 brancos , na condição de estrangeiro e bolsista corria sérios riscos em meio aquelas manifestações que traziam milhares de jovens ao Bulevar Chetier para durante dias gritarem as novas palavras de ordem e combaterem aos policiais .
A condição de jornalista sem obrigação de enviar matérias para o Brasil , permitia a Lélis a licença de participar de uma jornalismo mais participativo , pois quando se é jornalista não se pode misturar aos fatos, mas naquele momento Lélis era uma jornalista licenciado e um bolsista para complementar o seus curso de pós-graduação.
Não foi uma guerra não houve mortos , os franceses no entanto não mais suportavam , os serviços públicos semi paralizados , sem metro , sem limpeza urbana , sem serviço de ônibus
O governo do primeiro ministro e do presidente pareciam estar perdendo a guerra não declarada feitas de passeatas , assembléias e arruaças nas principais ruas de Paris .
Para Lélis o jornalista participante , ver , escutar e grava o discurso e depois ir para as avenidas observar a maior multidão de franceses reunida desde da segunda Guerra Mundial , passando durante três horas pelo Bulevar de Charechier era a representação final da matéria que nunca escrevei e que nunca enviei para o Brasil .
A França nunca mais foi a mesma já em junho de 1968 nos os alunos não precisávamos mais levantar quando um professor adentrassem a sala de aula , nem bater palmas quando ele encerrava suas aulas .
O que ficou para Lélis depois de ganhar do governo francês a bolsa utopia , é preciso atuar sempre no espaço e no tempo que permeia a realidade da utopia sempre faremos melhor do que precisa ser feito ,
Em 1971 , três anos depois abrimos a faculdade de Comunicação da Faculdade Puc Minas , com os idéias de maio de 68 , , a primeira turma da escola formou o jornalista Todomiro Braga , hoje diretor executivo do jornal O Tempo , eu falei aos meus alunos eu não sei o que essa escola será , eu sei o que ela não será , ela não será a faculdade de direito que eu fiz na UFMG há cinco anos atrás , ela não será os curso que eu freqüentei em maio de 68 , mas alguma coisa parecida com a utopia ela será .
Par4a ser professor tinha que ter vivido os movimentos de esquerda no Brasil , tinha que combater a ditadura , os aluno eram sujeitos do seu aprendizado , nós não tínhamos nota nem chamadas os alunos faziam suas próprias avaliações .
Diante dessas declarações Lélis chama a atenção para o tema do seminários “ o sonho acabou 1968 ?” , o sonho não acaba nunca , os anos desafiam sempre as gerações que estão existindo durante esses tempos .
Hoje como empresário de comunicação que preso por alguns princípios que não podemos abri mão , e pretendemos sempre a utopia , utopia com definição de atingir , de buscar e alcançar o melhor .
O Brasil de hoje é um pais resultado de geração que lutou , assim como a minha geração é resultado de uma geração que lutou por uma pais melhor .
O estudante de comunicação o recém formado , o professor que trabalha nessa profissão é preciso sabre atuar no seu espaço de sala de aula , no seu espaço do corredor e sobre os diversos espaços da cidade .
O que houve de progresso na história da imprensa mundial e na história da imprensa brasileira a partir desse movimento que era um movimento muito mais de costumes na França muito mais cultura , pois lá não havia uma ditadura a ser combatida havia uma ditadura de costumes que havia sido interrompida com todos esses movimentos .
Me considero uma pessoas de sorte que estava no lugar certo na hora certa, um brasileiro que vivia a ditadura militar que era militante de ação popular que se vê morando , casado com um filho recém nascido no movimento de maio de 68. mas tenho a convicção que aquele gás que ele cheirava jogado pelos policiais , foi mudado por um gás que dei a ele e aos meus outros dois filhos pela vida inteira .
No final da palestra entrevistamos professora Tatiana Amaral. Perguntamos o que ela achou palestra do Lélis é o que acrescentou para você como profissional e como pessoa ?
Eu acho que essa palestra está sendo importante porque levanta uma serie de questões relativas a mídia e ao áudio-visual ao impresso em modo geral na forma contemporânea e na forma de noticias , achei muito interessante que o Lélio levantou a questão de que a mídia é pouco reflexiva diante da necessidade dela ser realmente reflexiva , isso parte muito de uma formação acadêmica dos alunos que tem que compreender que reflexão par de um pressuposto que você tem que ter conhecimento cultural , sociológico , político , para fazer essa reflexão e mudar um pouco o nosso padrão de que devemos relatar fatos e não refletir sobre os fatos , porque é isso que a mídia faz . então se é para aprender algo de novo com a faculdade é vamos passar além de só relatar fatos vamos refletir sobre os fatos , isso para mim é o que vai ficar de mais marcante nessa palestra do Lélis para mim é isso .
Entrevistamos também alunos da faculdade para saber a opinião deles sobre a palestra
O estudante Sérgio Pereira , 26 anos , a palestra de hoje está bem descontraída bem solta , e nós mostrou através do palestrante uma experiência maravilhosa de vida , para nós que estamos começando agora , tanto para uma realização profissional quanto uma idealização pessoal .
Elaine Augusta 24 anos , também estudante de Jornalismo do primeiro período , a palestra para mim foi muito interessante o ciclo de debates também , nós ajuda a entender melhor o que foi o ano de 1968 com todos aqueles movimentos sociais que ocorreu na época.
Afinal, o sonho não acabou ele renasce com novos desafios para nós.
confira os vídeos das entrevistas :